segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Ensino Religioso no Brasil

O Ensino Religioso é ministrado em escolas públicas e privadas. É uma área do conhecimento da fé, que precisa ser apresentada pela escola sem proselitismo. É verdade que em muitas escolas confessionais são dados destaques a um determinado credo, mas isso é acordado entre a instituição e a família do aluno. De qualquer forma, é importante que seja trabalhado esses assuntos, mas por pessoas qualificadas. Nas escolas, públicas, ao que parece na reportagem do IG, não há pessoas preparadas para atuar no Ensino Religioso. “Na prática, as escolas não seguem as regras definidas pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). Não há orientações claras sobre como o tema deve ser tratado, tampouco professores preparados para ensiná-lo. Quando a escola oferece ensino religioso, termina por fazer catequese de alguma religião – de modo geral as cristãs.” O que nós precisamos é conservar o Ensino Religioso das Escolas para todos e atuar na formação de profissionais qualificados, pois se trata de uma dimensão importante de nosso ser e de nossos valores humanos; infelizmente, visto insuficientemente nas famílias e em muitas igrejas. A escola precisa, com maturidade e responsabilidade, ajudar os jovens a compreender o fenômeno religioso como algo de sua vida, ou ao menos como parte da história da humanidade. A partir dessas compreensões, esse jovem vai se interessar por essa ou aquela religião, ou ainda, por nenhuma delas. Mas, destaco, a escola não pode deixar de trabalhar isso sob a condição de um Estado laico. Talvez, por ser laico, é preciso mostrar racionalmente as dimensões da fé. Por fim, desconfio das “discussões neutras” dessa comissão que não que não quis nenhum representante das religiões para debater o assunto sob pena de se tornarem tendenciosas. Penso que se tornaram tendenciosas ao não incluírem quem devia participar dessas discussões, ou seja, os representantes de nossas igrejas.

domingo, 2 de outubro de 2011

Colóquio sobre cooperativismo escolar

No último dia 27 de setembro ocorreu na Escola Bom Pastor um colóquio do cooperativismo escolar reunindo professores, estudantes, sócios de cooperativas escolares dos municípios de Linha Nova, São José do Hortêncio e Nova Petrópolis. O evento faz parte do curso de Cooperativismo Escolar promovido pela Casa Cooperativa de Nova Petrópolis, coordenado pela Escola Técnica Bom Pastor e apoiado por entidades e cooperativas como a Ocergs/Sescoop, Secretaria Municipal de Educação de Linha Nova, Escola Bom Pastor, Instituto Estadual Alfredo Oscar Kiefer, Escola Estadual de Ensino Médio Pastor Heinrich Hunsche, Escolas Municipais de Linha Nova, Piá, Sicredi Pioneira, Cooebompa, Coopeskiefer, Coopercouni e Coopervin. No colóquio as cooperativas escolares tiveram a oportunidade de relatar suas experiências, sua história e perspectivas para o futuro. Também não faltou a demonstração de liderança de seus representantes e o forte apoio dos professores presentes como a professor Cândido Koch e a professora Vanessa Hartmann de São José do Hortêncio; a professora Mara Ritter e a Secretária Municipal de Educação e Cultura de Linha Nova professora Ivone Maria Luft Fritsch; o Diretor da Escola Bom Pastor, Adriano Antônio Fiorini e o professor Me. Everaldo Marini, coordenador do Curso de Cooperativismo Escolar. Sob mediação do professor Everaldo Marini, o colóquio foi aberto pelo Presidente da Cooebompa, Cooperativa Escolar Bom Pastor de Nova Petrópolis, Nikolas Leandro Bratz, acompanhado pelo Vice-presidente Matheus Boone, onde ressaltou as principais contribuições da cooperativa escolar e do curso de cooperativismo em sua formação. Destacou também o aumento das responsabilidades e as oportunidades de aprendizagem na comunicação e valorização dos princípios éticos. Além disso, apresentou a trajetória de criação da cooperativa escolar, a importância da comissão de alunos para preparar os estatutos, a assembleia e eleição da Diretoria e do Conselho Fiscal. Sublinhou, também, as viagens até Sunchales pelos professores Everaldo Marini e Adriano A. Fiorini e posteriormente a viagem dos alunos, além do apoio da Ocergs/Sescoop e Casa Cooperativa de Nova Petrópolis. A presidenta Djenifer Braun, da Coopeskiefer, Cooperativa Escolar Instituto Estadual Alfredo Oscar Kiefer de São José do Hortêncio, apresentou em conjunto com alguns associados, a história de sua cooperativa bem como sua experiência à frente da cooperativa escolar. Além disso, destacou a comissão de alunos, constituída em março de 2011, para estudar e formatar a criação da cooperativa escolar, além da assembléia Geral que aprovou o estatuto e elegeu sua primeira diretoria. Também foi apresentada a produção de trufas como recurso econômico e de aprendizagem da cooperativa, a participação na Feira do Livro de São José do Hortêncio, a visita de Sunchalenses à Escola, a participação no desfile cívico da cidade, o Encontro de Jovens Líderes Cooperativistas Gaúchos e a Expointer. Também não faltaram os relatos da história e principais encaminhamentos da Coopervin e Coopercouni. A Coopervin, Cooperativa Escolar Viveiros da Infância, constituída por crianças do Ensino Fundamental de Linha Nova, destacou, através da presidenta Alana Wolf, Vice-Presidente Vitor Loesch e o associado Gabriel Mass, a viagem de professores até Sunchales e as reuniões na escola como marco de criação da cooperativa. Além disso, foi destacado o desenvolvimento da logomarca, definição do estatuto, a escolha da Diretoria e Conselho Fiscal e a produção de mudas. Já a Coopercouni, Cooperativa dos Colegas Unidos, que também é uma cooperativa escolar constituída por alunos do Ensino Fundamental do município de Linha Nova, trouxe algumas importantes definições do cooperativismo, apresentou a história de sua criação sublinhando a construção da logomarca, a produção e custos de produção de sabonetes, sabão caseiro e a produção de embalagens a partir de material “pet”. Além disso, foi apresentada a composição da diretoria e nome da cooperativa. Falaram em nome da Coopercouni a Presidenta Franciele Bohn e o Vice-presidente Joel Koehler. Por fim, foram convidados para se pronunciarem os representantes da comissão de alunos da Escola Estadual de Ensino Médio Pastor Heinrich Hunsche, Município de Linha Nova, Matheus Schenatto e Joice Petry. Os estudantes fizeram referência aos passos de criação de sua cooperativa escolar cuja constituição está prevista para o final de 2011 bem como a importância do curso de cooperativismo para a formação e liderança cooperativa. Agradeceram o apoio que estão recebendo dentro e fora da escola bem como expressaram com humildade e sabedoria o seu gosto pelo cooperativismo. No final do colóquio foi aberto um espaço para perguntas e considerações gerais. Em seguida, após o sucesso e emoção do encontro, todos os participantes foram acolhidos no Salão de Eventos da Escola Bom Pastor para uma confraternização.

sábado, 24 de setembro de 2011

Como aproveitar bem o tempo de estudos

São inúmeras as orientações e dicas de como aproveitar bem o tempo de estudos. Não vamos aqui apresentar algo de extraordinário, mas trazer algumas idéias que podem dar certo em sua proposta de estudo. Em Harvard, Estados Unidos, a cada hora de aula os alunos estudam três. Só neste quesito já temos um referencial para avaliar nosso estudo. Além disso, os alunos normalmente procuram um lugar tranquilo, arejado, boa temperatura, ventilado e iluminado. Pode ser os jardins da Universidade ou espaços fechados apropriados para o estudo. No Brasil essa realidade é um pouco diferente. Geralmente dedicamos bem menos tempo ao estudo fora da sala de aula e o local dos estudos paralelos proporciona maior dispersão, além de alunos cansados devido ao excesso de compromissos ou trabalho. Também não adiante dedicarmos algumas horas de estudos adicionais se não fizermos com qualidade. É comum o aluno ir ao estudo com o computador conectado a internet ou diante de outros atrativos. Isso, na maioria das vezes, acaba dispersando a concentração. Recomenda-se usar a internet para a coleta de dados, num momento de estudo menos concentrado. Quando for necessário um estudo mais aprofundado e de produção do conhecimento é importante evitar dispersões. Os alunos que dedicam ao menos duas horas adicionais, todos os dias da semana, tendem a desenvolver-se cognitivamente mais. É uma questão de postura e hábito. Os resultados logo aparecem e o aluno consegue traçar novas metas, pois os objetivos são facilmente alcançados. Outra dica está no modo de como você estuda. Algumas pessoas precisam estudar em voz alta, pois são mais auditivas e outras precisam visualizar mais. Cada pessoa possui um caminho pelo qual a aprendizagem ocorre com maior facilidade. Você precisa encontrar esse caminho. Esse pode ser um primeiro passo para quem ainda não sabe como estudar e cujos resultados escolares ou acadêmicos estão abaixo do esperado. Nesse sentido, faça uma agenda de compromissos, mantenha o material em ordem e estude. Não esqueça que a atenção e a concentração são dois fatores importantes para o desenvolvimento do aprendizado com a qualidade. Experimente! Bons estudos!

domingo, 28 de agosto de 2011

Cooperativas Escolares

O desenvolvimento e criação de cooperativas escolares é uma iniciativa responsável e educadora, pois visa despertar valores humanitários que estão longe de ser mercantilistas. Nas cooperativas escolares o mais importante é a convivência, o respeito mútuo, a solidariedade, a cooperação e a realização de objetivos comuns e de interesse direto dos estudantes. Às instituições de ensino, promotoras e apoiadoras desse projeto, cabe estimular e orientar, juntamente com os órgãos reguladores e fomentadores, as práticas cooperativistas, as ações de gestão e de cumprimento dos princípios do cooperativismo. A realização de um curso de cooperativismo voltado para a educação cooperativa junto às cooperativas escolares é um iniciativa da Escola Técnica Bom Pastor que rápida e fortemente foi apoiada pela Casa Cooperativa de Nova Petrópolis e OCERGS/SECOOP-RS. Essa temática, cada vez mais visível nas comunidades de ação do programa União Faz a Vida, ganha força na medida em que o curso avança e novas cooperativas escolares são criadas. Mais do que visibilidade, às escolas estão entendendo que as cooperativas escolares são instrumentos de promoção da solidariedade, respeito, cooperação, autogestão, democracia e interesse e pela comunidade.

domingo, 14 de agosto de 2011

Aprovação ou Reprovação

A questão da aprovação ou reprovação na Educação Básica é posta cada vez mais nas discussões dos órgãos reguladores e ou das mantenedoras de Instituições de Ensino. Mesmo dentro dos Conselhos de Classes esse assunto é abordado e, diga-se de passagem, é legítimo que esse debate se instaure para o amadurecimento dessas ideias. Sabemos que há professores que utilizam a avaliação como um instrumento de punição e não como diagnóstico da aprendizagem. Logo, a reprovação se torna um castigo ao aluno que não atingiu os resultados esperados e, não raramente, promove uma visão de autoridade docente deturpada. A avaliação deve ser, ao contrário dos modelos punitivos e irresponsáveis, um instrumento da alegria, pois é uma forma de dizer ao aluno o quanto ele avançou e identificar suas dificuldades tendo em vista a superação. A reprovação nesse caso, pode ser um prejuízo muito grande ao processo de aprendizagem do aluno como pode, em alguns casos, ser necessário para que haja um aprendizado mais sólido. Portanto, não é uma questão de afirmar a possibilidade da reprovação ou aprovação. Penso que uma possibilidade não deve excluir a outra, pois a questão está na metodologia e na disposição do professor e da escola em ajudar o aluno na construção de sua aprendizagem. Teremos casos que a aprovação dos alunos com dificuldades é necessária e edificante e, em outras situações, dependendo do contexto e do caso, a reprovação pode ser uma solução necessária para promoção responsável do desenvolvimento cognitivo do aluno. Tenho receios quando queremos abolir de modo rápido uma forma pedagógica e, por alguma razão, implantar outra. Antes, é urgente ensinar e avaliar com amor. É urgente motivar os alunos a superar suas dificuldades. É urgente oportunizar condições de aprendizagem. Quando se percebe esse movimento, a reprovação perde espaço naturalmente.


Aprofunde essa leitura no site do Ministério da Educação. Vale a pena conferir!

domingo, 7 de agosto de 2011

A importância de ler e escrever

Não são poucos os livros e artigos que valorizam e estimulam a leitura e a escrita. Nesta pesquisa por materiais sobre o assunto me deparei com um cartaz da editora Abril. Como nem sempre esses cartazes são realmente impressos e divulgados decidi postar neste blog imaginando possibilitar o acesso de alunos e docentes preocupados com tema, pois realmente o cartaz é muito bom.
Por outro lado, é importante sublinhar, que nossa cidadania só será responsavelmente exercida se eu for leitor e produtor de textos. Se a citação das fontes de consulta for respeitada e, na medida do possível, houver diálogo entre o leitor e o texto. Decorrente desse movimento, a promoção do ser político se fundamenta e possibilita a capacidade de ver o que os olhos não vêem. É mais ou menos a famosa saída da caverna, alegoria ilustrada no livro VII de “A República” de Platão. E a leitura e a escrita são fundamentais para a produção do conhecimento. Cabe aos leitores sábios proceder esse movimento de libertação, de transformação das pessoas e de nossa sociedade.

sábado, 30 de julho de 2011

A crise econômica dos Estados Unidos?

Ao aproximar o dia 02 de agosto, parece que o capitalismo está chegando ao seu limite. A queda do muro de Berlim fez soar o fim do comunismo, a ruptura da cortina de Ferro. Para muitos foi o fim de um Império, o da Antiga União Soviética e para outros “O fim da História”. Hoje nos aproximamos de um evento muito semelhante. A crise econômica dos Estados Unidos. Aliás, não é uma crise só deles. É uma crise do sistema capitalista. A bolha imobiliária, uma das maiores culpadas dos problemas internos dos Estados Unidos, é uma das peças dessa engrenagem do capitalismo. Ela é o fator que está desencadeando um problema que tem causas muito mais profundas. Assim, como se vê homens intransigentes, que preferem medidas de curto prazo às proposições mais severas, duradouras e que tenham um olhar voltado para a maioria, sejam eles americanos ou não, verifica-se, em nosso planeta, uma população em milhões, sem voz, desprotegida e, muitas vezes, submetida à vontade de uma minoria detentora de riquezas como alimentos, água, energia, tecnologia, etc... Se a crise econômica se espalhar pelo mundo essas pessoas serão as maiores vítimas. Nós, educadores, precisamos pensar sobre isso. Os estudantes precisam estar atentos aos sinais da história e tomar atitudes participando da vida política de sua Escola, de seu Município e de seu Estado. Além disso, leiam, leiam muito, pois a leitura é fundamental para que possamos exercer a cidadania com responsabilidade e compromisso social. É ela que nos permite conhecer o desconhecido, conhecer o conhecimento.

domingo, 17 de julho de 2011

Como construir um trabalho escolar?

O uso de trabalhos escolares é comum nas escolas brasileiras. Eles são organizados a partir de projetos ou oriundos de um tema estipulado pelo professor. Normalmente os alunos migram para a internet para consultas, selecionam o que chamou a atenção e colam no arquivo. Depois fazem uma capa e o trabalho está pronto. Após a entrega dos trabalhos, surgem as reclamações do corpo docente de que os alunos copiam tudo, não são criativos...etc. É certo que nos dias atuais, nossos alunos estão ávidos por informações, novidades e tudo o que lhes despertam curiosidade. Nesse caso, a escola não pode ignorar essa lógica de apropriação do conhecimento. Cabe a ela utilizar esses recursos de maneira criativa para motivar os alunos à pesquisa de resultados. Também não podemos imaginar a pesquisa e a construção de trabalhos escolares como um ambiente festivo, onde somente participamos se agradar. Sabemos que nem tudo é assim, e, muitas vezes, para alcançarmos nossas metas é preciso muita dedicação e horas de lazer reduzidas. Para pensarmos a construção de um trabalho escolar com qualidade vou sugerir (6) seis passos importantes. 1º) Definição do tema; 2º) Delimitação do tema; 3º) Objetivos; 4º) Justificativa; 5º) Metodologia e o 6º) Apresentação dos capítulos, títulos ou autores propostos para o trabalho. No menu “Outras Páginas”, sugestões de vídeos, você poderá conferir, em breve, uma explicação detalhada dessa construção. Se você tiver interesse poderá adquirir meu livro “Trabalho escolar: como fazer?. Para adquiri-lo envie sua solicitação através meu e-mail.

domingo, 3 de julho de 2011

Conselho de Classe

Estava lendo artigos sobre Conselho de Classe quando me deparei dialogando com a organização do currículo e a forma que o Conselho de Classe é gerido. Percebi que normalmente o Conselho de Classe acontece focado somente no aluno, ou seja, nos resultados do corpo discente, nas atitudes deste ou daquele aluno, ou ainda, numa tentativa, ainda que velada, de rotular turmas ou alunos, além da prerrogativa de aprovar ou reprovar. Nesse sentido, o Conselho vai se transformando num verdadeiro Tribunal. Se não tínhamos pensado sobre isso, penso que vale a pena começar um diálogo. Afinal, a responsabilidade da escola e de seus professores não está resumida em transmitir ou mediar saberes, mas deve considerar que sua ação está diretamente voltada para a promoção da dignidade humana como um todo. Portando, mais que aprender conteúdos estão às dimensões atitudinais como ferramentas básicas que, ao serem promovidas, permitem o desenvolvimento de outras dimensões humanas, como a cognitiva. Nesse sentido, é importante que um Conselho de Classe seja de fato um Conselho e não um Tribunal rotulado de Conselho. Sendo um Conselho, é importante que seus professores, equipe pedagógica e direção desenvolvam ações, mesmo que gradativas, de autoavaliação. Essa medida deveria ser aplicada antes da síndrome da sentença, portanto, bem no começo do Conselho. Por outro lado, não podemos imaginar uma autoavaliação irresponsável. Tanto as estruturas pedagógicas da escola como o corpo docente devem ter critérios claros sobre o que avaliar e como avaliar. Dessa forma, vamos ter elementos para diagnosticar determinada realidade que, segundo a qual, poderá interferir na avaliação de nossos alunos, mudando resultados e permitindo ao professor revisão de suas práticas pedagógicas, pois no mundo da educação não há receitas prontas e que sempre dão certo. Precisamos estar atentos, pois o que funciona numa turma ou numa escola pode não funcionar em outras.

domingo, 26 de junho de 2011

Gestão da atenção!

Nos tempos líquidos a atenção é um elemento muito importante para a aprendizagem, para o cumprimento das metas, para escolher um namorado ou namorada, para definir uma profissão e também para a “ensinagem” (expressão utilizada por José Pacheco da escola da Ponte). No entanto, a atenção apesar de ser muito importante, está cada vez mais esquecida. Vivemos cotidianamente uma desatenção. Não prestamos atenção para quase nada, tudo é para ontem e muitas coisas devem ser feitas ao mesmo tempo. Em sala de aula encontramos alunos ouvindo música, outros mascando gomas e professores com dificuldades para mediar ou desenvolver aulas. Tudo isso por que não há atenção. Atenção de quem? E nessa busca dos “culpados” a falta de atenção é atribuída, na maioria das vezes, a indisciplina dos alunos. Por outro lado, não queremos atribuir toda a responsabilidade ao corpo discente, pois certamente os que possuem a autoridade para mediar a educação em sala de aula devem perceber suas responsabilidades nas estratégias de gestão da atenção. Afinal, lá na família, não cabe aos pais a tomada de iniciativa na gestão da educação dos filhos? O professor Celso Antunes, em seu livro “Se eu fosse você...O que esperar de mundo mais veloz que a luz?” nos apresenta algumas ideias extraordinárias e simples sobre a gestão da atenção. Para ele o professor deve procurar trazer com clareza a significação dos conceitos, as ideias devem ser expostas de maneira organizada e de fácil associação. É preciso, em sala de aula, falar com amor, a ensinagem deve ser algo que contenha poesia e concretude. Ou seja, o abstrado precisa de sentidos para o aluno conseguir transcender. Vá ao pátio e construa conceitos com alunos e depois procure aplicá-los no campo simbólico. Funciona! Comece suas aulas, apresentando idéias contraditórias e presenteie os alunos que perceberem a contradição. É Skinner, mas funciona. Depois use outras abordagens mais humanistas e cognitivistas. Vejo que uma abordagem não anula a outra, mas o professor deve perceber o momento adequado dessas aplicações tendo em vista a aprendizagem de seus alunos.

domingo, 19 de junho de 2011

O protagonismo do cooperativismo escolar

Como falar de cooperativismo sem pensar no quinto princípio? Educação, formação e Informação foram determinantes para o sucesso dos pioneiros de Rochadale, cujos protagonistas fomentaram antes e principalmente após a constituição da cooperativa de consumo. Se a causa de tantos insucessos, pobreza e concentração de riquezas nos séculos XVIII e XIX, podem ser atribuídos à falta de instrução educacional e desinformação de trabalhadores e camponeses e, por outro lado, o desejo de acúmulo de riquezas por parte da burguesia da época, o cooperativismo nascente não poderia abster-se da luta pela justiça social e de condições dignas de vida para todos. A educação, formação e informação surgem como ingredientes indispensáveis ao desenvolvimento e ao progresso e são encorajados até hoje através dos princípios que regem o cooperativismo. As cooperativas escolares, iniciativas existentes na América do Sul, especialmente no Brasil e Argentina, apresentam essas características. Nelas os alunos se associam voluntariamente e aprendem cooperativismo. Evidentemente que esse trabalho deve ser apoiado e orientado pelas instituições de ensino e organismos fomentadores da educação cooperativista. Na prática, é necessária a presença de profissionais para acompanhar e orientar as ações da cooperativa escolar, geralmente formada por associados do Ensino Fundamental e Médio.
A visão de que as cooperativas escolares são um laboratório de aprendizagem do cooperativismo é um discurso muito presente e concreto na Escola Técnica Bom Pastor, Instituição de Ensino da Educação Básica e Profissinal da capital brasileira do cooperativismo, Nova Petrópolis. Nesse sentido, é possível demonstrar algumas ações dessa proposta. Primeiro, as cooperativas escolares não visam apenas prestar um serviço ou produzir algo, mas acima de tudo, está o aprendizado nas práticas de gestão, de funcionamento, de elaboração de atas, controle de caixa, condução de reuniões e assembléias, postura dos dirigentes na realização dos serviços da cooperativa, promoção do diálogo, respeito às diferenças de idéias, credo, religião, partidos políticos e etnias, por exemplo. Segundo, que o modo que essas atividades vão se desenvolvendo, os associados estudam o cooperativismo com ênfase para os valores, os direitos e deveres, os princípios, a história, a organização do quadro social e são estimulados a criar e conduzir a cooperativa com autonomia responsável. Terceiro, os associados dirigentes da cooperativa escolar passam a ter contato com outros dirigentes de cooperativas, órgãos de representação do cooperativismo, políticos e autoridades cooperativismo local, regional e até mesmo global, como foi o caso do encontro da Dame Pauline Green, presidenta da Aliança Cooperativa Internacional. Por fim, é facilmente constatável pela impressa e em visitas às escolas que o cooperativismo escolar está em franco desenvolvimento em Nova Petrópolis e municípios vizinhos. Além disso, nota-se que as características das cooperativas escolares de Sunchales são reproduzidas, adaptadas e impulsionadas em Nova Petrópolis com o mesmo vigor e determinação que os pioneiros do cooperativismo de crédito da América Latina deram quando fundaram sua primeira Caixa Rural, hoje Sicredi Pioneira. Parabéns ao cooperativismo escolar, protagonista de uma escola cidadã.

domingo, 12 de junho de 2011

O discurso das imagens em educação: leituras do cotidiano escolar

Caro leitor! Desculpas pelos fragmentos e certos desencontros das ideias postas abaixo. Como na expectativa de uma surpresa de anivesário estou rascunhando as primeiras ideias de meu futuro projeto de pesquisa. Escolhi "As imagens em educação: leituras do cotidiano escolar", pois trata-se de um tema mais do que meramente ilustrativo numa abordagem educacional. É, ao meu ver, “perguntador” ou “denunciador” de uma determinada realidade escolar. Nesse sentido, o objetivo de tal tarefa não seria necessariamente diagnosticar ou perguntar, mas realizar ambos num contexto investigativo e de relacionamento da linguagem, ou seja, de produção de ideias e conceitos que permitissem outras formas de relacionamentos nos espaços escolares cujo processo do aprender fosse vinculado ao mundo da representação e do diálogo pedagógico. Dessa forma, o discurso das imagens quer a priori ou a posteriori poderiam proporcionar uma melhor compreensão da realidade que nos cerca. Segundo Meleau-Ponty (1984), “há certos espetáculos diante dos quais o meu olhar tropeça, fico circundado. Sou investido por eles enquanto pensava investi-los. Como se um outro espírito que não o meu viesse repentinamente habitar meu corpo ou como se o meu espírito fosse atraído para lá e emigrasse no espetáculo”. Dessa forma, ao incluir as imagens acima, imagino estar construindo a pergunta de partida de um projeto de pesquisa cujas ideias a respeito da realidade escolar convergem a uma maiêutica capaz de educar para o pensar e ao exercício pleno da cidadania.

domingo, 5 de junho de 2011

Enquete sobre tempo estudo

Já tornei públicas algumas ideias sobre como estudar com qualidade, mas produzir uma enquete sobre tempo de estudo para as provas e suas relações com os resultados obtidos ainda não tinha me encorajado a realizar. É claro que os dados e o instrumento de pesquisa não permitem uma análise satisfatória, mas seguramente permitem rascunharmos algumas ideias sobre qualidade de ensino. O objetivo dessa pesquisa é, no entanto, apontar o tempo dedicado aos estudos para uma prova e suas relações com os resultados obtidos. A metodologia foi um estudo de caso a partir das anotações dos próprios alunos no verso da provas sobre o tempo dedicado fora da sala de aula em preparação à determinada avaliação. A razão pela qual me inclinei a essa pesquisa são os baixos resultados obtidos pelos alunos das escolas brasileiras em suas avaliações. Se perguntarmos a esses estudantes se há o desejo de progredir para a etapa seguinte todos, provavelmente, responderão que sim, mas nem todos se mobilizarão para alcançar essa meta. Parece que estamos vivenciando temporalmente um contexto social aliciador de coisas fáceis e consequentemente de pouca pesquisa. Sabe-se que grandes empresas da atualidade estão buscando pessoas aposentadas de seus antigos quadros para atuarem diretamente no desenvolvimento de novos produtos. Na dissertação de mestrado de Marini (2010) é possível encontrar as razões pelas quais os alunos procuram a escola, e um desses itens contempla o interesse pela formação de novas amizades e em menor destaque está o interesse pelos estudos. Como se pode notar, nesse caso, o interesse pelos estudos é menor e, de certa forma, poderia justificar o declínio de ofertas de especialistas e pesquisadores. Por outro lado, para alcançar bons resultados é necessário que o estudante inclua em sua agenda uma rotina de estudos, disciplina e horas extras para revisão e aprofundamento dos conteúdos propostos. Vejamos os dados sobre o tempo dedicado aos estudos tendo em vista a realização de uma prova de uma determinada disciplina e o resultado obtido em notas. 12% dos alunos não responderam a enquete e obtiveram média 6,7. 16% dos alunos estudaram até 1 hora e a nota média foi de 5,8. 28% dos alunos estudaram mais ou menos 1 hora e 30 minutos e alcançaram nota média de 6,6. 24% dos alunos estudaram duas horas e a nota média foi de 7,0. 20% dos alunos estudaram mais de 2 horas e a nota média alcançada foi de 7,3. Considerando o tempo de estudo igual ou superior a duas horas para determinada disciplina a tendência das notas médias é de valores superiores a 7,0. Já os alunos que estudam menos de duas horas possuem chances de conseguir médias em torno de 6,6 e os alunos que estudam menos de uma hora tendem a alcançar médias abaixo de 6,0. Cabe destacar que essa metodologia não levou em conta como cada aluno se prepara para as provas, nem a complexidade do instrumento de avaliação ou a avaliação da avaliação; apenas foi considerado o tempo de estudo e o resultado alcançado em um instrumento de avaliação de uma determinada disciplina.

domingo, 29 de maio de 2011

Cooperativismo Escolar

O pioneirismo de Rochadale, Inglaterra, Suchales, Argentina e Nova Petrópolis, Brasil são exemplos da organização do sistema cooperativo. Além das experiências cooperativas em tribos, aldeias e até mesmo em países como a República Cooperativa da Guiana, localizada no norte da América do Sul o cooperativismo vem demonstrando sua força especialmente por valorizar princípios que diferem significativamente das empresas de capital aberto. O cooperativismo escolar, por sua vez, tem demonstrado sua importância na formação da cultura e dos valores do cooperativismo. Em Sunchales, capital do cooperativismo da Argentina, cada escola possui uma cooperativa escolar e a maioria dos moradores daquela cidade são sócios ou são beneficiados pelo cooperativismo. No Brasil, a cidade de Nova Petrópolis, capital brasileira do cooperativismo, apresenta um perfil muito semelhante. Nesse sentido, as duas cidades se irmanaram em novembro de 2010 desencadeando novas oportunidades de crescimento e de relações políticas, culturais, educacionais, sociais e econômicas. No decorrer de 2010, essas ações cooperativistas proporcionaram em Nova Petrópolis a criação da primeira cooperativa escolar do município, cujas características são semelhantes das cooperativas escolares de Sunchales. O principal objetivo do cooperativismo escolar é a formação para a cultura e valores do cooperativismo. Nela os alunos estudam a história do cooperativismo, seus princípios, suas estruturas, valores éticos e participam da administração. Esse modelo proporciona o acesso de crianças, adolescentes e adultos como sócios e gestores de uma cooperativa tornando-a um laboratório de aprendizagem do cooperativismo. Maiores informações sobre o cooperativismo escolar podem ser obtidos através da Casa Cooperativa de Nova Petrópolis ou pela Escola Técnica Bom Pastor.
Princípios do cooperativismo
1º Adesão voluntária e Livre; 2º Gestão democrática pelos membros; 3º Participação econômica dos membros; 4º Autonomia e Independência; 5º Educação, formação e informação; 6º Intercooperação e 7º Interesse pela comunidade.

domingo, 22 de maio de 2011

Por que você escolheu a carreira de ser professor?

Essa é uma pergunta um tanto inusitada! Estou corrigindo provas, preparando outras, pensando em aulas que possam por si só oferecer um feedback do aproveitamento dos conteúdos e suas relações com outras áreas do conhecimento, que essa pergunta surge. De fato, ser professor é uma profissão nobre, exigente, comprometedora e altruísta. Muitos descobrem que querem ser professores já na infância, brincando de “dar aulas” ou admirando um professor(a) que lhe já atenção pela metodologia utilizada em sala de aula. Outros percebem que o magistério é uma possibilidade profissional diante de experiências mais maduras sobre sua orientação vocacional. O importante é que a escolha para ser professor não poderia ser a última alternativa, ou seja, já que não dá para ser isto serei professor. Precisamos pensar que o magistério é uma profissão muito séria para brincadeiras e faz de conta. Não podemos ir para a sala de aula sem planejamento e flexibilidades. É preciso estar preparado para uma contínua construção e desconstrução. Nós aprendemos diariamente com nossos alunos. Mas, também, é necessário que o professor seja pesquisador, leitor e compreenda que uma escola não é igual à outra, que uma turma não é a mesma em relação à outra e que dentro de uma sala de aula vamos encontrar diferenças. Alguns conversam mais, outros são mais quietos, uns aprendem rapidamente, outros precisam outros tempos, ou ainda nos convidam continuamente a repensarmos nossas metodologias de ensino, geralmente preparadas para um grupo padrão. É preciso perceber que na maioria das vezes, senão sempre, vamos encontrar turmas heterogêneas e que precisam mais do que um professor, um educador que não está preocupado com horário de trabalho, com as notas de final de período ou aplicação de provas, mas com a qualidade do ensino de uma maneira ampla e profunda, focada no ser humano e em suas aptidões. Podemos conferir isso na dedicação que nossos alunos apresentam na realização de pesquisas, projetos, apresentações de trabalhos, saraus, teatros, fóruns, anotações em sala de aula e outras formas de participação. É na diversificação dos métodos de ensino, aptidão e comprometimento docente que vamos auxiliar efetivamente nossos alunos na realização de seus sonhos e projetos de vida.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Técnicas de Estudo

Preocupado com a qualidade do estudo dos estudantes, especialmente no "pós-aulas", resolvi organizar algumas ideias motivadoras e tutoras de um estudo de qualidade. As motivadoras enfatizam que precisamos estar motivados (motivo para) e para alcançá-los é necessário amor próprio, flexibilidade e ser capaz de fazer escolhas. Porém, nem sempre vamos fazer o que gostamos. Existem tarefas, disciplinas e situações que não gostamos de realizar, mas são colaborativas na construção do conhecimento ou se prestam para o desenvolvimento humano e da cidadania. Em outras palavras, são as lições da vida que se manifestam nos acertos e desacertos. Por outro lado, consciente de que além da motivação é preciso colocar em prática o fazer acadêmico recomendo seguir alguns passos básicos e importantes para alcançar um estudo de qualidade. Após sua aula, revise as matérias estudas, faça os temas (tarefas) de casa, veja suas dúvidas, procure soluções aos problemas, faça apontamentos para perguntar ao professor na próxima aula; outro passo, é preparar-se para as aulas do dia seguinte revendo os conteúdos, separando o material. Nuca deixe para a véspera das aulas a execução de trabalhos e estudo para provas. Isso deve ser feito com antecedência, sempre. Organize um horário para desenvolver trabalhos ou estudar para provas. Se for pesquisar na internet, faça num dia a garimpagem apenas, pois frequentemente nos perdemos com outros acessos especialmente com os sites de relacionamento (msn, facebook, orkut, etc) e, em outro momento, mergulhe nos dados coletados, sem acessar a internet. Isso vai fazer você perder menos tempo, agilizando e melhorando a qualidade de seus trabalhos.

domingo, 8 de maio de 2011

Metodologias de Ensino

Começamos pela proposta do Congresso Nacional em aumentar a carga horária anual da Educação Básica das atuais 800 horas para 960 horas, além de exigir 80% de freqüência mínima. Embora existam muitas escolas praticando carga horária superior ao proposto recentemente pelo legislativo federal, é louvável a preocupação pelo aumento da qualidade do Ensino no Brasil. Porém, mais importante que o tempo em sala de aula para o desenvolvimento de aprendizagens são as metodologias e o comprometimento dos professores os maiores responsáveis pela qualidade do ensino. A versão eletrônica da revista Nova Escola apresenta seis características do professor para o século XXI. 1ª) Ter uma boa formação. Os professores precisam estudar sempre; 2ª) Saber usar novas tecnologias. Acompanhar as mudanças tecnológicas num processo de inclusão digital responsável; 3ª) Atualizar novas didáticas. Procurar aprimorar-se continuamente; 4ª) Trabalhar em equipe. É um desafio que os professores precisam superar para conseguir desenvolver essa forma extraordinária de trabalho em sala de aula e que, segundo sugere a revista, os pais ou responsáveis pelos alunos também devem se envolver nesse processo; 5ª) Planejar e avaliar sempre. Aulas planejadas, escritas, com objetivos e justificativas claras ajudam consideravelmente na aprendizagem dos alunos, além disso, vejo que é necessário oportunizar desafios aos alunos e, ao mesmo tempo, o professor deve autoavaliar-se constantemente para ver se os resultados e as metodologias de ensino estão dando conta dos objetivos; 6ª Ter atitude e postura profissionais. Precisamos dirigir um olhar atendo a cada realidade, investigar o lugar que atuamos para poder oferecer possíveis soluções aos problemas propostos conforme relatos do professor Leandro Pereira Matos, em entrevista da Nova Escola. Em síntese, exercer o magistério não é tarefa para amadores, mas para quem quer exercê-lo com profissionalismo, amor e responsabilidade. Assim como numa aula de educação física, o professor inicia com aquecimento, todos os componentes curriculares deveriam iniciar com um certo aquecimento. Como assim? Inicie retomando a aula anterior, perguntando questões centrais ou ainda trazendo o assunto da aula de maneira instigadora, envolvente. Sempre há uma maneira de trazer os alunos para o estudo de determinado conteúdo, além da produção de uma síntese final da aula. Mas, também, é importante não esquecer da motivação. Todos precisam dela, inclusive nós. Mostre aos seus alunos, constantemente, as razões pelas quais é importante estudar determinados conteúdos. Com motivos claros, o processo de ensino aprendizagem flui.

domingo, 1 de maio de 2011

O homem pós-moderno

Existem, pelo menos, duas lógicas que perseguem o homem pós-moderno. O projeto dos homens e o projeto de Deus. O humano e o divino.
Como se verifica nos dias atuais, o homem encontra-se, facilmente, dividido entre as coisas puramente humanas e as divinas, esquecendo-se ou temendo, de algum modo, de integrá-las em sua vida.
Neste sentido, o homem pós-moderno facilmente quer ser Deus, profanando o sentido real do Sagrado. Ele pensa que pode tudo. E o “ter” é eleito como imperativo da maioria das pessoas. É preciso ter carro, casas, conta bancária, cartões de crédito, telefone celular, mesada, ou, simplesmente, é preciso “trocar” de cozinha, de carro, de roupa, de trabalho, de figurino, etc.
Estamos no mundo das necessidades. Nas primeiras décadas do século XX, uma televisão, ou até mesmo uma geladeira eram produtos de luxo e, portanto, para poucos. Hoje, tudo está “democratizado”. Até as antenas parabólicas servem de “cobertura” para os casebres da periferia. O culto exagerado do corpo é outra característica, marcadamente, pós-moderna. Basta folhear uma revista, ou assistir uma novela, que lá está presente a pornografia.
Os grandes “shoppings centers”, verdadeiros templos de consumo, apresentam na arquitetura grandes portais, semelhantes aos das igrejas. Os tapetes vermelhos, símbolo régio do sagrado, são usados, por exemplo, em entradas de lojas, em cerimônias políticas e em formaturas. Vejam! O elemento religioso aplicado às necessidades do capitalismo. O sagrado sendo profanado.
Com estas colocações, não se pretende cair no puritanismo, ou em algum tipo de fundamentalismo, mas observar o modo como estamos lidando com o sagrado e os elementos puramente humanos. Neste caso, a lógica do Reino de Deus, necessariamente, entra em contradição com a lógica do Reino deste mundo, pois a lógica de Deus é “amor” e a lógica do mundo é “poder”. Jesus, mesmo, ao ser interpelado pelos fariseus sobre se era permitido ou não pagar imposto a César, respondeu: “Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus” (Mt.22,21).
Isso evidencia que, viver em pleno amor, é preciso discernimento, humanidade e coragem. Dar respostas equilibradas, fazer escolhas adequadas, perdoar as ofensas e as dívidas, emprestar ou fazer doações sem esperar nada em troca é um bom exercício para os que querem integrar o humano e o divino no ser. Para fazer da cultura contemporânea um alicerce para uma sociedade mais justa e fraterna, não bastam palavras e boa vontade. É preciso uma práxis verdadeiramente humana e cristã. O caminho, sem dúvida, é o amor.
Reflita sobre isto.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Geopolítica do Oriente Médio

Recentemente temos ouvido muito sobre a crise do mundo árabe. Na realidade é um conflito entre grupos religiosos, visões de mundo e interesses divergentes. Em alguns países o petróleo é indiscutivelmente um dos grandes responsáveis por golpes de estado, intervenção externa e rebeliões civis, como podemos acompanhar o caso da Líbia (país membro da OPEP). Há países que o petróleo não é determinante para golpes e convulsões sociais, mas o elemento religioso ou suas posições estratégicas do ponto de vista comercial, ideológica e militar são suficientes para atrair a atenção internacional, provocar guerras civis e até mexer com a economia global como é o caso do Egito, Síria e Israel.
Recentemente vem chamando atenção da imprensa internacional a Síria por suas relações com Israel e Irã. Com Israel o país está tecnicamente em guerra, pois perdeu as colinas de Golã na Guerra dos Seis Dias (1967). Por outro lado, o regime de Al Assad é alaita - seita muçulmana xiita (12% da população) e o povo é de maioria sunita (80% da população), o que contribui para a revolta da população. Além disso, o regime sírio procura estabelecer laços amigáveis com o Irã (maior país xiita) e ser acusado de receber ajuda iraniana pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Por fim, apesar dessa crise gravíssima, o regime Sírio tem demonstrado muita firmeza, uma vez que conta uma certa simpatia da população e, principalmente, tem o apoio das forças militares daquele país.


(Fonte: notícias.r7.com)

domingo, 17 de abril de 2011

Formação de professores

Foi publicado na Revista Educação, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, o artigo "Formação de professores: reflexões a partir de uma experiência em ambiente virtual de aprendizagem colaborativa na pós-graduação". Este trabalho é uma produção conjunta dos professores Gilberto Ferreira da Silva, Ana Margô Mantovani e Everaldo Marini. Segue, baixo, o resumo do mesmo e a versão completa dessa produção você pode acessar em "Outras Páginas", menu "Produção Científica".

Resumo:

Este trabalho situa-se no campo das reflexões atuais sobre as contribuições que as Tecnologias Digitais Virtuais (TDVs), em especial as tecnologias da Web 2.0, agregam ao processo formador de educadores. Tomamos como campo empírico a experiência de docência em uma disciplina da estrutura curricular de um programa de pós-graduação em Educação. Caracterizada como uma atividade mediada por um ambiente virtual de aprendizagem colaborativa, buscou-se proporcionar espaços de interação virtual, trabalho e produção de textos/hipertextos cooperativos com o suporte da tecnologia wiki. Os dados analisados são oriundos dos registros interativos encontrados neste ambiente. Observa-se que, entre o discurso produzido no cotidiano sobre as facilidades e agilidade na comunicação, quando proporcionados por ambientes propícios para isso, os efeitos gerados não são exatamente aqueles que corroboram os discursos circulantes. O enfrentamento de problemas simples, como a apropriação do ambiente virtual e as inter-relações com a escrita do outro, constituem-se como atravessamentos que devem ser trabalhados a priori em um trabalho apoiado por tal tecnologia. Palavras-chave – formação de professores; aprendizagem colaborativa; tecnologia wiki

domingo, 10 de abril de 2011

TED

Apreciar e, principalmente, obter informações que podem ajudar no debate e na conscientização de pessoas sobre os mais diferentes temas globais, podem ser encontrados no TED (Tecnologia, Entretenimento e Design). Mais que um evento, o TED é um movimento. As palestras são disponibilizadas de graça na internet, para que as ideias se espalhem; e, há um esforço global para legendá-las em várias línguas, inclusive português. Li sobre o assunto no jornal Zero Hora desse final de semana. Motivado pelas possibilidades de acessar conferências de altas personalidades do mundo todo e sobre diferentes temas, comecei a navegar pela internet. Realmente, o mundo da informação é uma realidade. A questão está na utilização adequada desses recursos para o desenvolvimento saudável de nosso ecossistema (política, economia, meioambiente, cultura, etc). Sugiro o acesso dos links abaixo. Eles lhe darão oportunidades para conhecer novos conceitos, novas ideias para apresentação de trabalhos e principalmente lhe despertarão para pesquisa, além da gestão de novos argumentos para o debate em diversos temas em pauta na atualidade. Steven Johnson (De onde vêm as boas idéias). Ted (Ideias worth spreading). Será que o mundo precisa de energia nuclear?

domingo, 3 de abril de 2011

Campanha da Fraternidade

"Pois sabemos que a criação inteira geme e sofre as dores de parto até o presente" (Rm 8,22). O contexto dessa afirmação de São Paulo é a descrição da condição humana, marcada pelo pecado e, entretanto, salva pela graça de Cristo que introduz na experiência humana a força restauradora do Espírito Santo. A CF deste ano traz para nossa reflexão a preocupante situação de nosso planeta, nossa casa, que sofre os efeitos de uma exploração predatória de seus recursos naturais. A afirmação de Paulo ganha força nova diante do quadro que vivemos. São Paulo afirma que "a criação foi submetida à vaidade - não por seu querer, mas por vontade daquele que a submeteu - na esperança de ela também ser liberta da escravidão da corrupção para entrar na liberdade da glória dos filhos de Deus" (8,21-21). O gemido da criação aparece hoje na deterioração do meio ambiente, conseqüência de uma exploração descuidada e, muitas vezes, gananciosa dos recursos do planeta, conforme haveremos de refletir nesta campanha da fraternidade. A quaresma é tempo de enfrentar com Jesus as grandes tentações que estão na raiz de todos os males nascidos das decisões humanas. O evangelho exige conversão da consciência individual e coletiva da humanidade, como nos lembrava Paulo VI na Exortação Apostólica "Evangelii nuntiandi". Sem esta conversão que penetre a cultura e se traduza em medidas globais de organização mais justa da atividade humana, em sua relação com a natureza, não será possível reverter o quadro dramático de destruição das condições de vida saudável em nosso planeta que se desenha no horizonte de nossa história. É tempo de conversão, conversão profunda que mude os costumes e gere políticas globais de defesa da vida em todas suas dimensões. É tempo de oração e de tomada de posição diante de uma cultura em que o consumismo desenfreado sustenta a ganância de um lucro que, em longo prazo, se transformará em irreparável prejuízo para toda humanidade. Dessa forma, convido a todos, cristãos e pessoas de boa vontade, a se empenharem na oração e na reflexão para que esta CF produza os efeitos de conversão que dela esperamos.

Fonte da matéria: Mensagem do Pastor CF - 2001 Site: cfarquidiocesesorocaba.com

domingo, 27 de março de 2011

Entre Linhas

No Entre Linhas, vou refletir os acontecimentos políticos mais recentes como a vinda do Presidente dos Estados Unidos ao Brasil e algumas preocupações ligadas a segurança energética.

Com todo o respeito e admiração que os governantes estrageiros possam ter pelo nosso país e nós por eles é incrível como os brasileiros aplaudem com naturalidade um discurso dirigido a todos, como aquele proferido por Barack Obama no Rio de Janeiro. Aliás, se fosse a Presidenta Cristina Elisabet Fernández de Kirchner, da Argentina, ou qualquer outro mandatário internacional, teríamos a mesma reação? O que quero sublinhar é nossa a submissão inconsciente em relação ao poder americano como guardião da democracia e da ordem mundial. Quando vi a imagem do Obama naquela tenda, provavelmente instalada dentro do hotel em que estava hospedado no Rio de Janeiro, me lembrei das aulas de história em que aprendíamos que os Imperadores Romanos também utilizavam tais tendas, não a prova de escuta telefônica, é claro, mas para decidir geralmente sobre a realização de guerras e outras negociações importantes. Outro ponto que quero destacar é o tema da energia nuclear. O Japão foi duramente afetado pelas bombas de Hiroshima e Nagasaki, o que levou ao fim da Segunda Guerra Mundial e a rendição incondicional daquele país em 15 de agosto de 1945. Se não bastasse as duas bombas (6 e 9 de agosto daquele ano) a energia nuclear foi escolhida para dar conta da demanda energética daquele país. Mas, por que a energia nuclear? Se olharmos para o Japão, tão pequeno do ponto de vista geográfico e tão grande do ponto de vista econômico e cultural, vimos que é abatido, uma vez mais, pela radiação! Lá nós não vamos encontrar em abundância, como no Brasil, recursos hídricos, sol, vento, carvão mineral e petróleo para transformar em energia. Nesse caso, até podemos entender a escolha deles, embora eu não as compreenda. O Japão é um país milenar e só na segunda metade do século XX precisou da energia nuclear! Além disso, não é risco demais instalar usinas nucleares num país cortado por quatro placas tectônicas? As consequências de um desastre nuclear é muito mais grave do que outras fontes de energia. Por que não encher o mar do Japão de hélices geradoras de energia e instalar em cada habitação uma fonte geradora de energia doméstica? Por que a inteligência não é convertida em sabedoria? Salvaguardar vidas e fazer o país crescer com sustentabilidade parecem não ser tão importantes assim, pois, segundo especialistas, são muito caras ou de resultados duvidosos. Diante dessas incertezas, valem mais as usinas nucleares ou a vida das pessoas? Em nosso país, para justificar a continuidade do projeto nuclear brasileiro, uma alta autoridade da Eletronuclear afirmou que só há risco zero em terremotos e tsunamis, porque esses eventos, em tese, não ocorrem no Brasil. Mas, como construíram as duas usinas brasileiras a prova de terremotos e até a queda de aviões de grande porte? Além disso, a questão não é o risco em si, mas suas reais consequências. Se ocorrer o rompimento de barragem de uma usina hidrelétrica teremos, provavelmente, a destruição do meio ambiente e do espaço geográfico em áreas limitadas; mas, as consequências de um vazamento nuclear são muito mais graves e destrutivas. Por isso, a energia nuclear deve ser limitada. Só imagino a energia nuclear destinada à medicina. Somente para essa finalidade. O Brasil deveria liderar o mundo com exemplos de como podemos aproveitar a energia que está facilmente disponível na natureza. Precisamos refazer as prioridades e forjar uma visão de mundo menos submissa e mais participativa. Para concluir, sem concluir, fico imaginando a energia solar coletada no sertão nordestino, a energia eólica oriunda de nosso vasto litoral e de pontos altos e ventosos de nossas terras e as pequenas hidrelétricas instaladas em nossos rios com corredeiras. Todos esses empreendimentos, além de gerar baixo impacto ambiental, poderiam alavancar o crescimento do país de maneira mais distributiva.

sábado, 19 de março de 2011

Obama no Brasil

O presidente da nação mais forte do mundo, Barack Obama, representada por simbolismos e projetos de novos empreendimentos, assinaturas de acordos na área da energia, comercial, economia, investimentos na copa do mundo de 2014, olimpíadas de 2016, programas nas aeroespaciais, educacional e a reforma do Conselho de Segurança, significa ao Brasil sua qualificação como potência regional e sétima potência econômica no cenário internacional. Uma dessas razões foi a escolha que Obama fez em visitar primeiro o Brasil e só depois, o Chile, onde o presidente americano falará para a América Latina. Como se vê, Obama dedica um espaço privilegiado ao Brasil considerando os interesses comerciais e políticos na geopolítica global. Uma delas é diminuir a dependência americana do Petróleo do Oriente Médio considerando o potencial brasileiro no pré-sal. Um ponto forte entre os Estados Unidos e o Brasil é o estabelecimento da parceria na área da biotecnologia, de muito interesse da parte dos dois países. Isso ficou muito claro nos discursos públicos de Obama no Brasil. Num dado momento ele afirmou que o Brasil quer ser fornecedor estável de petróleo e os Estados Unidos quer comprá-lo. A imprensa internacional fez uma ampla cobertura desse evento político como uma reaproximação política com os Estados Unidos. Parece que nesse contexto, apesar das diferenças existentes entre os dois países como a questão dos subsídios americanos que brecam uma relação comercial mais confortável com o Brasil e por representar inclusive as grandes oligarquias americanas. Entretanto, o Brasil e os Estados Unidos, na fala da presidenta Dilma, apresentam muitas semelhanças como a diversidade étnica, democracia, capacidade empreendedora e de investimentos. Na oportunidade em que demonstrou a moblização do Brasil por um acento no Conselho de Segurança da ONU justificou que o nosso país não almeja um acento burocrático, mas quer contribuir para um mundo mais multilateral e participativo nas deciões mundiais. Os discursos de ambos os chefes de Estado demonstraram um tom amigável, de propóstitos muito semelhantes nas áreas da cooperação comercial, energética e educacional. A presidenta Dilma, em seus pronunciamentos, usou palavras que valorizaram a independência do Brasil nas negociações multilaterais e em sua política externa, além de destacar o histórico de boas relações diplomáticas com Estados Unidos. Num futuro próximo, poderemos avaliar os resultados dessas parcerias, mas é importante, na medida do possível, que sejamos capazes de tomar conhecimento desses programas de governo para que nossa participação seja ativa e consciente. Afinal, como disseram os presidentes, somos as duas maiores democracias do continente.

sábado, 12 de março de 2011

Placas Tectônicas

Os Eventos da Natureza como os terremotos, tornados e tsunamis são resultados de condições naturais da Terra e fazem parte do processo de construção de nosso planeta. Refeltindo sobre o grande abalo sísmico do dia 11 de março no Japão podemos aproveitar para mostrar que esse país está situado no chamado anel do fogo, ou seja, em uma área limítrofe de grandes placas tectônicas, causadoras de destruição e construção do relevo. Segundo a teoria da tectônica de placas nosso planeta era há 200 milhões de anos atrás um supercontinente denominado de pangéia. Na medida que as temperaturas do interior do planeta foram aumentando dilatou a crosta terrestre e, por sua vez, surgiram fraturas que definiram os contornos atuais dos continentes. Essas fraturas, chamadas de placas, estão como que navegando em diferentes direções sobre o magma. Por isso, muitas delas se chocam, outras se afastam num ritmo semelhante ao crescimento das unhas dos pés provocando terremotos e permitindo os extravazamento do magma. O que aconteceu no Japão estaria de acordo com essa teoria e justifica os acontecimentos amplamente divulgados pela imprensa internacional nos últimos dias. Nos sites da globo.com e do terra.com.br encontrei alguns infográficos que ajudam na compreensão desse tema. Veja em um pouco dessas ilustrações da teoria da tectônica de placas e como se medem os terremotos nessas palavras destacadas. Bom estudo!

terça-feira, 8 de março de 2011

Dia Internacional da Mulher

O Dia Internacional da Mulher, celebrado a 8 de março, apresenta em sua origem as manifestações das mulheres russas por "Pão e Paz" - por melhores condições de vida e trabalho e contra a entrada do seu país na Primeira Guerra Mundial. Além disso, essas manifestações marcaram o início da Revolução de 1917. Entretanto, bem no ínício do século XX, a ideia por uma data para celebrar a mulher tinha ganhado força nos Estados Unidos e Europa em função das más condições de vida, trabalho e ausência de direitos políticos plenos. No contexto da Revolução Russa até década de 50 essa data ficou “esquecida”. Somente nos anos 60, com o movimento feminista e interesses comerciais, o dia para celebrar a mulher foi de certa forma recuperado. A ONU, em 1975, transformou a luta das mulheres numa data internacional e a partir de 1977 as nações que integram as Nações Unidas passaram a incorporar em seus caledários nacionais.
A parte dessas informações históricas importantes, cabe nosso reconhecimento e homenagem a todas as mulheres e, de modo especial, a todas as mães que dividem o tempo de suas vidas ao trabalho e ao cuidado dos filhos (tarefa nobre e merecedora de todo o nosso respeito e admiração).
Parabéns a todas as mulheres!

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Geografia dos Conflitos

O mundo de hoje passa por inúmeros tipos de conflitos, como podemos observar fartamente nas mídias. Como estudantes, professores, pesquisadores e protagonistas de novas oportunidades e qualidade de vida para todos é necessário uma estudo cuidadoso e profundo da natureza humana, de suas potencialidades, diversidades e culturas. Analisar as causas dos conflitos do mundo contemporâneo requer, por exemplo, uma atenção especial da história das nações, como é o caso do Estado de Israel e da Palestina e o fim da Guerra Fria, demarcada pela queda muro de Berlim em 1989. Desde o fim da bipolaridade entre Estados Unidos e a Ex- União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e a proclamação, nos meios acadêmicos, do Fim da História o mundo passou por transformações gigantescas que permitiram a evolução de uma re-nova-da geografia de conflitos mundiais. Esses conflitos estão concentrados principalmente em regionalismos (mesmo grupo de pessoas ou etnias diferentes dentro do mesmo país, por exemplo) cujas bandeiras são disputas econômicas, como é o caso do petróleo. Para resolver ou controlar os conflitos internacionais foi criado em 1945 a Organização das Nações Unidas. Mesmo com a intervenção da ONU ou dos Estados Unidos (país que possui condições de intervenção militar e econômica no planeta) podemos acompanhar uma onda de conflitos no chamado mundo árabe. Em geral, esses países são governados por ditadores que conseguem se perpetuar no poder por meio da alteração do texto constitucional, da atuação de outras forças e interesses que corroboram para a sustentação dessas elites no governo, grande população jovem, baixa formação intelectual, atividade econômica baseada no petróleo, altos índices de pobreza, forte concentração das riquezas, insignificante participação popular nas decisões políticas desses países e a existência de regiões estratégicas do ponto de vista militar, político e ideológico.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Heidegger: “Ser-para-a-morte”

Num outro dia escrevi alguns rabiscos sobre a felicidade. Hoje, depois de participar da dor de uma amiga que perdeu seu pai, decidi ensaiar algumas construções sobre a morte. Nesta minúscula dissertação, busco em Heidegger, filósofo alemão dos séculos XIX e XX, as primeiras ideias. Segundo ele, o “existir humano consiste no lançar-se contínuo às possibilidades, entre as quais justamente a situação-limite da morte”. Para esse filósofo existencialista, a condição humana está inevitavelmente voltada para “ser-para-a-morte”. Tal situação provoca angustia, pois nos colocamos diante do nada ou do desconhecido. A fé, nesse caso, surge para nos confortar e nos propor a convicção da imortalidade. Por outro lado, a angústia, ao contrário do medo, nos ajuda a construir uma vida consciente de sua finitude e de sua beleza. A morte, a partir desse horizonte, não é vista como acontecimento dos Outros, mas algo que também me diz respeito. Para concluir, sem concluir, proponho ouvirmos o poeta Manoel Bandeira.
“Consoada”
Quando a indesejada das agentes chegar
(Não sei se dura ou caroável),
Talvez eu tenha medo.
Talvez sorria, ou diga:
-Alô, iniludível! O meu dia foi bom, pode a noite descer.
(A noite com seus sortilégios)
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
A mesa posta,
Com cada coisa no seu lugar.

Fonte do poema: BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida Inteira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007.
HEIDEGGER, Martin. Ser y Tiempo (Vídeo)

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Ser estudante hoje!

Em meio a tantas teias de redes sociais, tendências culturais e tecnológicas o estudante de hoje possui a oportunidade (se usar a criatividade e sua capacidade de perguntar) de construir conhecimentos suficientes para ajudar na melhoraria da qualidade de vida das pessoas. Hoje, segundo a ONU, aproximadamente 1 bilhão de pessoas passam fome no mundo. Milhões de pessoas recebem menos de um dólar por dia. As escolas, de uma maneira geral, baseadas em princípios fordistas, reproduzem estruturas de ensino para satisfazer um mercado de trabalho que pode não existir mais amanhã. Nesse sentido, é necessário muita atenção e estudo de vanguarda para participar no mercado de trabalho do futuro. Isso não significa, no entanto, ignorar os princípios de valorização da vida e do respeito mútuo. Ainda, no meu ver, é necessário cuidar para não cairmos no imediatismo e no consumismo por mero desejo ou impulso despertado pela televisão ou internet, por exemplo. É preciso, antes, se perguntar para que serve determinada mídia, como utilizá-la para facilitar minha aprendizagem e favorecer o desenvolvimento de minha criatividade. Tudo isso, pautado por princípios nem sempre encontrados nessas mesmas mídias, mas arraigados como valores na tradição familiar, religiosa e educacional. Penso que com o vídeo, abaixo, será possível um bom momento de reflexão a todos nós!

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

O que é a felicidade?

A felicidade é algo que todos os seres humanos procuram. Até os animais, de certa forma, procuram a felicidade através da realização de seus desejos instintivos. No caso dos homens a felicidade é um bem tão valioso que o dinheiro não pode comprar. Aliás, não há preço econômico. O que há é uma apreciação de valor da qual podemos alcançar. Também precisamos cuidar para não confundir felicidade com tudo o que dá prazer, pois nem tudo o que dá prazer pode ser bom. Outro aspecto é saber dizer se a felicidade é subjetiva ou objetiva. Nesse caso, precisamos saber procurar o caminho que de fato oferece respostas plausíveis. Há de se tomar o cuidado para não cairmos no subjetivismo, nos nossos estados psicológicos e satisfação pessoal puramente. Por outro lado, considerar a felicidade do ponto de vista objetivo apenas pode nos distanciar das percepções do que seja realmente a felicidade. Segundo Dwight Furrow (2007), as “experiências prazerosas por si só não se qualificam como felicidade, a menos que contribuam para um tom emocional amplamente positivo, que nos disponha, em circunstâncias apropriadas, a apreciar a vida”. Seguindo o raciocínio desse autor, embora os prazeres significativos de nossas vidas sejam parte da felicidade, “a felicidade é um estado mais abrangente, que inclui uma grande gama de satisfações – sentimentos, atitudes e julgamentos positivos que não são prazeres. Aristóteles nos ajuda a pensar o que é a felicidade a partir da virtude. Segundo suas ideias, agir segundo as virtudes requer prática, tentativa e erros. A questão toda é, portanto, atingir o meio, o equilíbrio entre o subjetivo e o objetivo. Nesse sentido, para os aristotélicos a pergunta a ser feita a respeito do que nos traz a felicidade não é o que é correto, mas o que uma pessoa boa faria? Bem, esses apontamentos são superficiais e introdutórios... Recomendo a leitura de obras como “Os pensadores” e “Dwight Furrow”. Para ilustrar e propor um debate filosófico aos estudantes de Ensino Médio proponho dois vídeos que estão postados no You Tube. Um deles, de caráter subjetivo, “O que é a felicidade?” e o outro, de caráter objetivo, está sob o título “Eudaimonia