sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Ciência com Consciência


Edgar Morin organiza o livro “Ciência com Consciência” em duas partes. A primeira delas é denominada “Ciência com Consciência” e a segunda “Para o Pensamento Complexo”. Nas duas partes da obra o autor a compartimentaliza, como nas ciências. Talvez para poder tornar a obra didática e agradável a uma leitura mais cuidadosa, mas com os riscos que as ciências clássicas oferecem ao seccionar os conteúdos, como se eles não se relacionassem.
Inicialmente o autor vai expondo a importância das ciências para em seguida apontar suas contradições. Segundo Morin “(...) essa ciência elucidativa, enriquecedora, conquistadora e triunfante, apresenta-nos, cada vez mais, problemas graves que se referem ao conhecimento que produz, à ação que determina, à sociedade que transforma. Essa ciência libertadora traz, ao mesmo tempo, possibilidades terríveis de subjugação”.p.16
Morin estabelece sua preocupação, no meu ver, em relação às especializações na medida em que elas se distanciam do todo valorizando o anonimato, a disjunção. Uma ferrenha crítica de Morin consta na primeira parte desta obra principalmente quando ele afirma que “O espírito científico é incapaz de se pensar de tanto crer que o conhecimento científico é o reflexo do real” p.21. Mais adiante, ele acrescenta. “O princípio de simplificação, que animou às ciências naturais, conduziu às mesmas admiráveis descobertas, mas são as mesmas descobertas que, finalmente, hoje arruínam nossa visão simplificadora” p. 28.
No término da primeira subdivisão, da primeira parte, Morin chama atenção da existência de dois deuses nas ciências empíricas. “O primeiro é o da ética do conhecimento, que exige que tudo seja sacrificado à sede do conhecer. O segundo é do da ética cívica e humana”. p.36.
Pensando o papel do professor, nesse contexto, podemos nos perguntar. São eles responsáveis por disseminar, mesmo que inconscientemente, a lógica de mercado nas práticas de sala de aula? A escola, ao organizar o currículo em disciplinas, estará seguindo as práticas fordistas de produção de conhecimento em escala? Será possível, ao simplificar os processos de aprendizagem através do uso de calculadoras e computadores, por exemplo, garantir o sequenciamento da produção do conhecimento sem os riscos do desconhecimento dos fundamentos desse mesmo saber? A escola “fordista” de hoje estará preocupada em apresentar ao corpo discente a interrelação dos saberes e seus significados? E para não finalizar podemos perguntar. A escola é um espaço de alegria?

Fonte: Morin, Edgar. Ciência com Consciência. Trad. Maria D. Alexandre e Maria Alice Sampaio Dória. Rio de Janeiro: Bertand Brasil, 2008.

domingo, 4 de novembro de 2012

Imigração


Foi divulgado via Twitter pelo Ministério da Educação, após início da prova do Enem, o tema da redação. “Movimento imigratório para o Brasil no século 21”. Os candidatos precisam escrever um texto que respeite os direitos humanos e apresente uma proposta de intervenção na sociedade. É um tema muito importante, sobretudo nessas duas primeiras décadas do século XXI cujo fenômeno imigratório tem aumentado consideravelmente em virtude de razões econômicas e naturais.
Além disso, tem se destacado pela oposição dos tradicionais movimentos migratórios cuja tendência migratória se dava pelo deslocamento de pessoas para os Estados Unidos e Europa. Atualmente, devido à crise econômica desses países as populações mais pobres ou sem oportunidades de trabalho se deslocam para países emergentes como o Brasil e o México, onde há oferta de trabalho e boas perspectivas de crescimento, realização pessoal e profissional. Recentemente a diplomacia brasileira tem acertado o ingresso legal de dezenas de Haitianos para trabalhar e morar em diversas regiões brasileiras. No caso do Haiti temos ao menos três situações para analisar. A questão natural, econômica e histórica. O país foi assolado em 2010 por um terremoto de magnitude 7.0 na escola Richter. Muitas pessoas morreram e milhares perderam suas casas e negócios. Além disso, o Haiti é um país muito pobre. Mais da metade de sua população vive com menos de 1 dólar por dia e praticamente 60% de sua população é subnutrida. Toda essa história para ser compreendida precisa ser lida a partir da invasão dos europeus em 1492, pela destruição de quase todos os nativos, o uso da mão-de-obra escrava africana, a ocupação francesa, história da independência e os problemas relacionados a governança e ditaduras cujas marcas são cruéis e desumanas.

Fonte da imagem: ultimosegundoig



Liderança!


Os jovens estão assumindo a liderança no meio em que vivem. Essa afirmação tem gerado polêmica em alguns contextos sociais. Em conversas e observações do meio de convivência desses jovens encontramos opiniões diversas. Há os que afirmam que os jovens estão participando mais do exercício da cidadania e da política, por exemplo, e os que pensam que esses jovens são apolíticos e desinteressados pela causa pública.
Na atualidade encontramos esses dois grupos, mas é visível em algumas realidades a participação acentuada dos jovens na sociedade em que vivem. Tomamos o exemplo das cooperativas escolares, que expõem o exercício da liderança e dos valores éticos. Nelas os jovens são desafiados todos os dias para a tomada de decisões e compartilhamento de ideias no grande grupo.
Como se vê a liderança é algo construído, é uma virtude e não um dom como entendem muitas pessoas. Segundo Mario Sergio Cortella (2011), “a liderança é uma virtude que está em qualquer pessoa, do ponto de vista virtual”. Portanto, todos a possuem, mas nem todos a desenvolvem. Então, o que é necessário fazer para ser um líder e não um liderado? Para Cortella a questão passa em saber aproveitar a circunstância, ou seja, a ocasião e situação. É nesse espaço de oportunidades que se manifesta a liderança de uns e a subordinação de outros. Para Nicolau Maquiavel a liderança se expressa pela virtù e fortuna. A Virtù está na capacidade de percebermos o jogo de forças da política, para então agir com energia e conquistar o poder. Já a Fortuna é entendida como a ocasião, acaso e sorte. De nada adianta ter fortuna se o homem não for virtuoso. A liderança passa, portanto, pela compreensão e articulação entre Virtù e Fortuna. No campo prático, o líder consegue  mobilizar as pessoas para o desenvolvimento de projetos e metas.

CORTELLA, Mario Sergio. Qual é a tua obra?: inquietações propositivas sobre gestão, liderança e ética. 13. ed. Petrópolis: Vozes, 2011.

domingo, 7 de outubro de 2012

Eleições: uma possibilidade para a democracia


A possibilidade de votar, ser votado e expressar as idéias livremente são itens que não podem estar ausentes no processo democrático. Os resultados, de alguma maneira, qualificam e legitimam o exercício dos cargos pelos quais os candidatos foram eleitos. E aí temos outro dado importante: o respeito pelos resultados. São eles, postos sob sistemas de segurança, como a ética, o comprometimento, a ausência de compras de votos, a ficha limpa e  a responsabilidade, que validam a transparência na democracia.  Portanto, cabe sempre à democracia o reconhecimento da vitória e da ausência dela. Nessa linha de raciocínio, a democracia no Brasil está em festa, pois é no espaço democrático, no conflito, na abertura e rotatividade dos que governam que   reside o essencial da vida política, ou seja, a livre expressão de ideias, a igualdade de participação e a felicidade do ser humano.  Nesse sentido, a diversidade de opiniões, o desafio do conflito, a grandeza da tolerância, a visibilidade plena das decisões constitui, seguramente, um paradoxo entre o exercício da maturidade política e a fragilidade do processo democrático. Aos candidatos que estão festejando e lamentando os resultados, cabe-lhes os cumprimentos por permitirem a democracia e, por outro lado, a exortação para não abandoná-la. 

Fonte da imagem: Terra Eleições 2012

domingo, 16 de setembro de 2012

Nascimento da Filosofia

Estamos estudando o nascimento da filosofia. A obra utilizada foi capturada no livro "Filosofando: Introdução à Filosofia" de Maria Lúcia de Arruda Aranha e Maria Helena Pires Martins. A imagem, ao lado, é copia dessa obra que está na página 36. Aproveitem para desenhar, filosofar e pintar esse mapa que localiza os filósofos da Grécia Antiga nos períodos pré-socrático, clássico e helenístico. Bom trabalho!