domingo, 26 de junho de 2011

Gestão da atenção!

Nos tempos líquidos a atenção é um elemento muito importante para a aprendizagem, para o cumprimento das metas, para escolher um namorado ou namorada, para definir uma profissão e também para a “ensinagem” (expressão utilizada por José Pacheco da escola da Ponte). No entanto, a atenção apesar de ser muito importante, está cada vez mais esquecida. Vivemos cotidianamente uma desatenção. Não prestamos atenção para quase nada, tudo é para ontem e muitas coisas devem ser feitas ao mesmo tempo. Em sala de aula encontramos alunos ouvindo música, outros mascando gomas e professores com dificuldades para mediar ou desenvolver aulas. Tudo isso por que não há atenção. Atenção de quem? E nessa busca dos “culpados” a falta de atenção é atribuída, na maioria das vezes, a indisciplina dos alunos. Por outro lado, não queremos atribuir toda a responsabilidade ao corpo discente, pois certamente os que possuem a autoridade para mediar a educação em sala de aula devem perceber suas responsabilidades nas estratégias de gestão da atenção. Afinal, lá na família, não cabe aos pais a tomada de iniciativa na gestão da educação dos filhos? O professor Celso Antunes, em seu livro “Se eu fosse você...O que esperar de mundo mais veloz que a luz?” nos apresenta algumas ideias extraordinárias e simples sobre a gestão da atenção. Para ele o professor deve procurar trazer com clareza a significação dos conceitos, as ideias devem ser expostas de maneira organizada e de fácil associação. É preciso, em sala de aula, falar com amor, a ensinagem deve ser algo que contenha poesia e concretude. Ou seja, o abstrado precisa de sentidos para o aluno conseguir transcender. Vá ao pátio e construa conceitos com alunos e depois procure aplicá-los no campo simbólico. Funciona! Comece suas aulas, apresentando idéias contraditórias e presenteie os alunos que perceberem a contradição. É Skinner, mas funciona. Depois use outras abordagens mais humanistas e cognitivistas. Vejo que uma abordagem não anula a outra, mas o professor deve perceber o momento adequado dessas aplicações tendo em vista a aprendizagem de seus alunos.

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