domingo, 22 de agosto de 2010

Sala de aula

O que é uma sala de aula? Normalmente imaginamos uma sala de aula constituida de classes, cadeiras e quadro verde. Mas, as aulas de Educação Física? As aulas no laboratório de Química, Informática ou Biologia? As pesquisas na Biblioteca da escola? As aulas práticas na disciplina de Fruticultura? Ora, como se vê, muitos são os espaços utilizados pelos professores e alunos para estudar. A sala de aula pode ser qualquer lugar que ofereça possibilidades de aprendizagens. Pode ser na cozinha de casa, na sala de jantar, na parada de ônibus, andando de ônibus, na lavoura ou na fábrica, no pátio da escola, na cantina da escola, na Igreja e em tantos outros lugares que possibilitam aprendizagens. Dito isso, os professores podem rever os espaços de aprendizagens, pois a simples mudança espacial das carteiras dos alunos pode provocar mudanças na aprendizagem. Os alunos, por sua vez, podem interpretar e responder de modo positivo, consciente ou inconscientemente as transformações espaciais dos lugares de aprendizagem. Por outro lado, todos (educadores e educandos) devem estar atentos na seleção dos locais de estudo, pois nem todos os lugares privilegiam o estudo. Porém, não há um modelo padrão. O que ocorre são múltiplos espaços de aprendizagens que devem ser cuidadosamente escolhidos e alterados quando necessário tendo em vista o melhor aproveitamento cognitivo.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Filosofando a partir de uma homenagem

Os estudantes do Segundo Ano do Ensino Médio da Escola Técnica Bom Pastor fizeram, no último dia 11 de agosto, uma singela homenagem pelo meu aniversário e aprovação no Mestrado em Educação. Fui tomado pela alegria, respeito e carinho. Faço essas considerações pois, o cotidiano dos educadores é uma espécie de maiêutica. Nela são conjugados amor e comprometimento, utopia e realidade, sim e não, poda e generosidade, maturidade e sabedoria, exigência e paciência, silêncio e diálogo, estudo e ócio. Como se vê, essas combinações e entrelaçamentos dos opostos podem gerar alegrias e animosidades. Gerenciar as animosidades é um compromisso de todos e só são satisfatoriamente resolvidas com diálogo. As alegrias, por sua vez, não estão em algum lugar, mas simplismente são. Basta ter olhos para ver. Aos estudantes da turma 21, muito obrigado por essa homenagem. Devolvo a voçês, como na cultura de muitas etnias africanas, o meu reconhecimento, respeito e votos de muito sucesso pessoal e profissional. Coragem!
Veja as imagens da homenagem na galeria de fotos deste blog.

domingo, 8 de agosto de 2010

Educação Intercultural

Os educadores (pré)ocupados com a educação e especialmente insatisfeitos ou inquietos com os resultados alcançados no seu fazer pedagógico (aprovação, reprovação, indisciplina em sala de aula, falta de estudos e leituras) são convidados a subir o monte tabor conforme os livros da Bíblia dos Cristãos (Mateus, Marcos e Lucas). Naquele episódio, os discípulos viram o mestre transfigurado e conversando com Elias e Moisés. Pedro chegou a dizer: "(...) que bom estarmos aqui". Foi, certamente, um momento importante e maravilhoso, a ponto de Pedro, juntamente com os demais discípulos, quererem montar tendas, indicando o desejo de permanecer no lugar. Mas Jesus, mais adiante, adverte que é necessário descer a montanha para evangelizar na planície.
As Universidades, as escolas, os encontros de formação pedagógica, as conferências, os cursos e as palestras são muitas vezes como esse Monte Tabor. Como esse lugar maravilhoso em que podemos contemplar novas ideias, novas possibilidades, novas profecias e novos milagres. Porém, para tudo isso acontecer, é preciso, em boa medida, da pedagogia cristã do silêncio, da oração, da disponibilidade, da gratuidade e generosidade e da escuta. Para ser professor precisamos aprender a escutar. Precisamos aprender a esperar, precisamos aprender que o amor não se constrói apenas com palavras; mas, principalmente com a práxis. Precisamos descobrir estratégias que possam motivar nossos estudades e estratégias de automotivação profissional e pessoal. Precisamos descobrir estatégias que permitam a percepção dos recados que todos os dias recebemos dos estudantes. Só assim, (percepção e diálogo) poderemos construir cidadãos, construir conhecimentos, construir inúmeras novas possibilidades de aprendizagens e de valorização da vida (caminhos da educação intercultural).

A foto acima caracteriza, um pouco, esse momento de estar no Monte Tabor. São os cursistas do Centanp (Centro Regional de Formação Profissional de Agricultores de Nova Petrópolis) "concluindo" uma etapa de formação profissional. Nela são degustados com alegria os resultados alcançados pelos próprios cursistas no final dos estudos.