domingo, 18 de março de 2012

Movimentos Sociais

O que são movimentos sociais? Até pouco tempo atrás os movimentos sociais estavam relacionados especialmente pela luta de classes, características do movimento sindical identificado pela defesa de direitos do trabalhador e discussões em torno de políticas e legislação trabalhista. Hoje, diante de um novo cenário econômico e social, esses movimentos diversificaram suas áreas de ação. Encontramos facilmente outros tipos de movimentos como, por exemplo, o movimento das mulheres, ecológicos, contra a fome, de orientação sexual, etc. Segundo GOHN (1995, p. 44) os movimento sociais

são ações coletivas de caráter sociopolítico, construídas por atores sociais pertencentes a diferentes classes e camadas sociais. Eles politizam suas demandas e criam um campo político de força social na sociedade civil. Suas ações estruturam-se a partir de repertórios criados sobre temas e problemas em situações de: conflitos, litígios e disputas. As ações desenvolvem um processo social e político-cultural que cria uma identidade coletiva ao movimento, a partir de interesses em comum. Esta identidade decorre da força do princípio da solidariedade e é construída a partir da base referencial de valores culturais e políticos compartilhados pelo grupo.

Como se vê, esses “novos” movimentos sociais atuam sob novas demandas de lutas relacionadas principalmente às dimensões da identidade humana, da sua cultura e de valores de sua época. Não estão mais voltados exclusivamente para uma ação coletiva de transformação das atuais formas de dominação política e econômica, mas estão voltados principalmente para a defesa dos direitos, do cuidado e da valorização da vida no âmbito do privado.

GOHN, Maria da Glória. Movimentos e lutas sociais na história do Brasil. São Paulo: Loyola, 1995a.

domingo, 4 de março de 2012

Entre o Essencial e o Fundamental

Mais aceleradamente que no passado temos a impressão de que as pessoas andam mais pelo mundo do trabalho, pela intensa vida social e pelo consumismo decorrentes das sugestões que as mídias colocam no mercado a cada minuto. Por outro lado, como no passado, temos no Brasil pessoas em situação de pobreza extrema. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome o senso do IBGE de 2010 indica um contingente de 16,27 milhões de pessoas em extrema pobreza, sendo 4.836,732 pessoas sem rendimento e os que recebem algum valor possuem uma renda que varia de R$1,00 a R$70,00 por mês.
Nesse sentido, podemos nos perguntar. Onde estão nossos referencias? Nossos valores? Pode parecer estranho, mas uma sociedade que compactua com tantas desigualdades sociais parece estar perdendo as referências entre o essencial e o fundamental. Segundo o Filósofo Mario Sergio Cortella (2011), em seu livro “Qual é a tua obra?” encontramos uma excelente reflexão sobre o assunto. O que é mesmo o essencial para a vida? Cortella nos indica coisas simples, mas profundas e, deveras, essenciais. Vejamos algumas delas. Felicidade, amorosidade, lealdade, sexualidade, religiosidade e gratuidade (grifo meu). Mas, o que é fundamental para viver? Segundo o mesmo autor, é fundamental aquilo que nos permite conquistar algo para uma vida melhor. Nesse sentido, trabalho não é essencial, é fundamental, pois proporciona desenvolvimento intelectual e material importantes para nossas vidas (grifo meu). O dinheiro não é essencial para viver, mas fundamental, pois sem ele passamos dificuldades na vida. Aos milhões de miseráveis é essencial uma vida digna e fundamental que o Estado execute políticas públicas adequadas de inclusão ao mundo do trabalho, de salários justos e acesso aos diretos inalienáveis do ser humano.

Fonte:
CORTELLA, Mario Sergio. Qual é a tua obra?: inquientações propositivas sobre gestão, liderança e ética. 13. ed. Petrópolis: Vozes, 2011.
MINISTÉRIO do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Nota.