domingo, 1 de maio de 2011

O homem pós-moderno

Existem, pelo menos, duas lógicas que perseguem o homem pós-moderno. O projeto dos homens e o projeto de Deus. O humano e o divino.
Como se verifica nos dias atuais, o homem encontra-se, facilmente, dividido entre as coisas puramente humanas e as divinas, esquecendo-se ou temendo, de algum modo, de integrá-las em sua vida.
Neste sentido, o homem pós-moderno facilmente quer ser Deus, profanando o sentido real do Sagrado. Ele pensa que pode tudo. E o “ter” é eleito como imperativo da maioria das pessoas. É preciso ter carro, casas, conta bancária, cartões de crédito, telefone celular, mesada, ou, simplesmente, é preciso “trocar” de cozinha, de carro, de roupa, de trabalho, de figurino, etc.
Estamos no mundo das necessidades. Nas primeiras décadas do século XX, uma televisão, ou até mesmo uma geladeira eram produtos de luxo e, portanto, para poucos. Hoje, tudo está “democratizado”. Até as antenas parabólicas servem de “cobertura” para os casebres da periferia. O culto exagerado do corpo é outra característica, marcadamente, pós-moderna. Basta folhear uma revista, ou assistir uma novela, que lá está presente a pornografia.
Os grandes “shoppings centers”, verdadeiros templos de consumo, apresentam na arquitetura grandes portais, semelhantes aos das igrejas. Os tapetes vermelhos, símbolo régio do sagrado, são usados, por exemplo, em entradas de lojas, em cerimônias políticas e em formaturas. Vejam! O elemento religioso aplicado às necessidades do capitalismo. O sagrado sendo profanado.
Com estas colocações, não se pretende cair no puritanismo, ou em algum tipo de fundamentalismo, mas observar o modo como estamos lidando com o sagrado e os elementos puramente humanos. Neste caso, a lógica do Reino de Deus, necessariamente, entra em contradição com a lógica do Reino deste mundo, pois a lógica de Deus é “amor” e a lógica do mundo é “poder”. Jesus, mesmo, ao ser interpelado pelos fariseus sobre se era permitido ou não pagar imposto a César, respondeu: “Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus” (Mt.22,21).
Isso evidencia que, viver em pleno amor, é preciso discernimento, humanidade e coragem. Dar respostas equilibradas, fazer escolhas adequadas, perdoar as ofensas e as dívidas, emprestar ou fazer doações sem esperar nada em troca é um bom exercício para os que querem integrar o humano e o divino no ser. Para fazer da cultura contemporânea um alicerce para uma sociedade mais justa e fraterna, não bastam palavras e boa vontade. É preciso uma práxis verdadeiramente humana e cristã. O caminho, sem dúvida, é o amor.
Reflita sobre isto.

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